O partido que suporta o Governo pretende "mover" dois feriados religiosos e dois feriados civis para que eles não permitam a realização de pontes.
Eu, olhando friamente para esta proposta, fico preocupado. Sobretudo quando ouço uma deputada dizer que «por exemplo, se o 25 de Abril for a uma quinta-feira, poderá passar para a segunda-feira seguinte. “O que interessa é o conteúdo e não o dia do próprio acontecimento”, justificou a deputada Teresa Venda».
Parece-me a mim que começa a ganhar cada vez mais força a ideia de algumas correntes políticas e ideológicas, que pretendem apagar da memória do povo dias fundamentais na história do nosso país, dias que ilustram a força do povo, dos movimentos sociais e dos movimentos sindicais.
Por que é que então o mesmo partido, em vez de avançar com esta ideia peregrina não proibe, pura e simplesmente, as pontes na Função Pública? Por que não estabelece que, seja o feriado no dia da semana em que for os dias úteis de trabalho são para trabalhar e não para ficar em casa? É que o exemplo parte de cima e todos sabemos que os senhores deputados são os primeiros a fazer a pontezinha assim que vêem ao longe a sombra de um feriado numa quinta ou terça-feira.