Conta quem sabe e quem esteve por lá, que nesse acalorado dia 5 de Julho de 1978 foi o único rapaz que resolveu abrir as goelas para o mundo naquela maternidade lisboeta. Filho de uma mulher ainda hoje, e sempre, linda. Filho de um homem ainda hoje, e sempre, fantástico.
Conta quem sabe que a alegria nos olhos daquele jovem casal se via a quilómetros de distância. Se sentia no ar o amor por aquele pedaço de ser, fruto de um amor que ainda hoje dura.
Conta quem sabe que mesmo nos momentos de maior dificuldade, em que as lágrimas por vezes se misturavam com a comida que havia para distribuir pela mesa, que o amor continuava a ser o mesmo de sempre e que o arrependimento nunca surgiu.
Conta, ainda, quem sabe, que mesmo hoje, 32 anos depois, aquele jovem casal continua disposto a revirar o mundo para ajudar aquele pedaço de gente que naquele dia 5 de Julho de 1978 abriu as goelas para o mundo.
Conto eu, que sei, que vale a pena ter pais assim. Que é um orgulho imenso ser filho daquele jovem casal que tanto se sacrificou para que conseguisse chegar onde hoje estou.
Conto eu, que sei bem, que lhes devo muito do que sou. Do homem que me tornei e do filho que sempre fui. Mesmo que por vezes as escolhas, de uns de outros, fossem menos compreendidas na altura.
Afirmo eu, que o sei como ninguém, que vos amo hoje como vocês me amaram naquele acalorado dia 5 de Julho de 1978. Que vos agradeço por tudo o que fizeram por mim. E que mesmo a 300 quilómetros de distância é em vós que penso neste momento.
Parabéns a vós. Porque sois vós, na verdade, quem merece ser felicitado.