"Se o meu destino é sofrer dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim - e não tendo eu outras fontes de rendimento -, a única solução apaziguadora será o suicídio." (L.V.C.)
Contam o jornal i e o jornal Público na sua edição de hoje que um professor de uma escola de Sintra, cansado da violência psicológica e física de que seria alvo por parte dos alunos, saturado da falta de apoio da escola, deprimido por uma vida profissional que não seria aquilo que sonhara "na manhã de 9 de Fevereiro (...) parou o carro no tabuleiro da Ponte 25 de Abril, no sentido Lisboa-Almada. Saiu do Ford Fiesta e saltou para o rio".
«Alguns professores testemunharam a "humilhação" de L. V. C. nos corredores da escola e sabiam que se sentia angustiado por "não ser respeitado pelos alunos"». E não houve intervenção de ninguém?
Questão: havendo participações disciplinares e queixas escritas do professor à direcção da escola como é possível que alguém que tem em mãos uma das mais nobres missões na vida - ensinar - acabe completamente isolado, sozinho, chegando a um ponto em que a única solução que vê para a sua vida, para os problemas profissionais, é precisamente colocar um fim à mesma?