A conversa começa quase sempre assim, a medo, discreta no chat da rede social. A sensação do "será que ainda te lembras de mim?" presente na mente e no formigueiro que se instala na ponta dos dedos. "Olá. Há quanto tempo... Como estás?"
Desfiam-se memórias, perguntas sobre a vida, que se faz e que se fez, que se vai fazer a seguir. Recorda-se os cinco, dez, quinze ou vinte anos em que não nos falamos. Trocam-se números de telemóvel, endereço de email e a promessa do "um destes dias temos de tomar café" ou um "quando cá vieres diz alguma coisa", na versão para quem está mais distante do interlocutor.
Vivemos num tempo em que a facilidade de mobilidade e de comunicação é enorme e, por vezes, parece que estamos mais distantes do que quando se tinha como único meio de transporte o cavalo e a carta que demorava uma semana a percorrer cem quilómetros era o meio de comunicação mais rápido.
Mas é também nestas alturas que, com as suas virtudes e defeitos, acabamos por dar graças ao tipo que se lembrou de inventar as redes sociais!