Num partido que se tem distinguido nos últimos anos mais pelas críticas aos seus próprios líderes do que aos líderes dos outros partidos ou até, sei lá, à situação económica do País, optou-se por uma medida radical. Nos 60 dias que antecedem eleições em que o partido esteja envolvido nenhum militante poderá criticar/discordar (d)a linha oficial do mesmo. Sendo que esta medida é já uma agravante de uma outra que poderá resultar na suspensão por dois anos - ou até mesmo a expulsão - do militante que violar o dever de lealdade para com o programa, estatutos, directrizes e regulamentos do mesmo partido.
Para um partido que se diz social-democrata, defensor da liberdade de expressão, de opinião e das liberdades em geral estas são medidas, no mínimo, estranhas. Para ser simpático.
Fico, entretanto, na expectativa de ver o que dizem todos aqueles que passam a vida a apontar o dedo aos partidos comunistas acusando-os de praticar precisamente este tipo de limitações de liberdade de expressão e opinião.