É quase enternecedor ver como alguns dos opinion makers da nossa praça procuram desvalorizar o movimento que ontem saiu à rua em várias cidades portuguesas. Pouco interessa, neste momento, se foram 100, 150, 200 ou 300 mil. Foram muitos. Mesmo. A Baixa de Lisboa encheu como não se via desde as manifestações dos professores. A Avenida dos Aliados, no Porto, encheu como não se via desde... bem, desde há muito tempo.
Desvalorizar esta adesão, de todas as gerações e não apenas dos mais novos, é não querer perceber que a sociedade está inquieta, insatisfeita e cansada de políticas que continuam a sacrificar sempre os mesmos. Aqueles que trabalham diariamente e, muitas vezes, deixam metade do seu vencimento num recibo verde.
Interessante de analisar é também o facto de, desde o início este movimento - iniciado no Facebook - se ter apresentado como apartidário, como supra-sindicais e acima de qualquer tipo de organização. Interessante de analisar é também o facto de movimentos considerados mais radicais terem participado de forma absolutamente pacífica na manifestação.
Interessante, ainda, é tentar perceber o que vai acontecer no pós-manifestação da "Geração à Rasca".