Averbamento (s. m.): Acto ou efeito de averbar; Nota lançada à margem de um título ou registo; Registo.

22
Jul 11

Foi gozado, considerado desbocado e, até, meio louco. Mas cada vez mais me convenço que Manuel Pinho tinha mesmo razão quando, na China, apresentava como uma das mais-valias do mercado de trabalho em Portugal os baixos salários.

Basta ver como uma empresa de comunicação social pretende conter custos reduzindo os salários ligeiramente acima dos mil euros. Ou como os cortes salariais na Função Pública foram para os salários acima dos 1500 euros - aqueles que na prática ganham para aí 1200 euros.

Veja-se ainda como o patronato, com a benção da troika PSD+CDS+PS, se prepara para reduzir os custos com os despedimentos introduzindo um limite máximo de doze meses de indemnização. Ora sendo esta uma medida considerada extremamente útil para a revitalização das empresas, mas só tendo efeitos práticos daqui a 13 anos, é legítimo acreditar que o próximo passo é estender a lei aos contratos já em vigor.

Tudo resumido, reduz-se o poder negocial do trabalhador, retiram-se-lhe direitos e diminui-se o seu poder de compra ao mesmo ritmo que se acentua a sua dependência da boa-vontade do patrão.

Perante tudo isto, quem é mesmo meio louco? Manuel Pinho ou nós, que aceitamos isto tudo pacificamente e achando que estamos perante as melhores medidas económicas, financeiras e sociais do mundo?

publicado por Helder Robalo às 11:51

21
Jul 11

Assim, sem mais, aqui fica o alerta do SJ, para mais uma delicada situação no jornalismo nacional:

 

SJ acompanha grave situação no jornal “i” 

1. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acompanha com preocupação a grave situação no jornal “i”, cuja Administração está a impor aos jornalistas uma redução substancial de vencimentos, já dispensou um grupo de repórteres fotográficos e abordou outros profissionais para rescindirem o contrato de trabalho, alegando necessidade de contenção de custos para a viabilização da Empresa. 

2. A redução das retribuições, que a Empresa quer aplicar já no mês em curso, seria obtida com cortes totais ou parciais em retribuições acessórias, nomeadamente isenção de horário de trabalho e exclusividade, sem que tenha sido encetada qualquer negociação com os trabalhadores, situação que não pode ser aceite, por violar direitos consagrados na lei e no Contrato Colectivo de Trabalho. 

3. Tendo dispensado cinco repórteres fotográficos, a Empresa mantém apenas dois profissionais nesta área, o que, para além de atingir gravemente a vida dos dispensados, afecta seriamente as condições dos profissionais que permanecem na publicação e a própria qualidade do seu conteúdo. 

4. Por outro lado, a Empresa abordou alguns jornalistas para aceitarem a “rescisão por mútuo acordo”, método que o SJ considera atentatório da dignidade desses trabalhadores. 

5. Recorde-se que, embora lamente e considere profundamente negativa a redução de efectivos, pelos custos sociais e pelo empobrecimento das redacções daí resultantes, o Sindicato reconhece que as empresas podem abrir processos de adesão voluntária a rescisões, em condições previamente estabelecidas, se tal for do interesse dos jornalistas, mas discorda em absoluto de abordagens selectivas para o seu despedimento. 

6. Manifestando a sua solidariedade para com os jornalistas e outros trabalhadores atingidos, a Direcção do SJ exorta à unidade de todos os profissionais e reafirma o seu firme propósito de defender os direitos e interesses dos seus associados. 

Lisboa, 21 de Julho de 2011 

A Direcção

publicado por Helder Robalo às 19:02
Averbamentos:

Diz Daniel Oliveira, e eu concordo:

«O governo baixou as indemnizações por despedimento. Dizer que, em tempo de crise, a medida serve para promover o emprego só pode ser uma brincadeira de mau gosto. Tornar mais barato o despedimento é retirar um entrave a essa decisão. Retirar um entrave a essa decisão reduz o poder negocial dos trabalhadores. Se o despedimento é mais fácil, ele estará sempre à espreita. E perante esse fantasma, é mais provável que o trabalhador aceite tudo o que lhe é imposto».

 

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/despedimento-barato-para-baixar-salarios=f663043#ixzz1Sk1Gdexx

publicado por Helder Robalo às 13:13
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19
Jul 11

Em entrevista à RTP, Bagão Félix, Conselheiro de Estado, disse que "o Governo deveria ser mais prudente quando promete que não haverá um novo imposto extraordinário no próximo ano".

 

“Por muito que me custe (…) acho que o Governo não pode ser tão perentório a dizer que para o ano não há, outra vez, um imposto extraordinário, porque tem de haver alguma coisa em contrapartida para cobrir estes 800 milhões”, disse em entrevista na RTP2.

 

Prepara-se já terreno ou foi um mero desabafo de economista?

 
publicado por Helder Robalo às 18:33
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15
Jul 11

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Uma grandes potencialidades que muitas vezes são atribuídas aos portugueses é a sua capacidade de inovar, de empreender novos negócios.

Ao longo dos séculos são muitas as histórias de inovações desenvolvidas pelos portugueses.

Ora os portugueses da actualidade não querem deixar os créditos por mãos alheias. Face à crise e à dificuldade de financiamento para grandes projectos tecnológicos, por que não investir em reaproveitamentos de meios já existentes? Como este jovem portuense. Pega-se num triciclo velho, tira-se o assento, adapta-se uma caixa de plástico e um cabo para puxar o novo veículo e eis que temos mais uma inovação :)

publicado por Helder Robalo às 10:45
Averbamentos:

14
Jul 11

 

Naturalmente. Íamos agora tributar muitos dos que foram responsáveis pelo actual estado do País? Ah, desculpem, não, a culpa é de quem trabalha por não trabalhar o suficiente. E de quem está reformado porque, naturalmente, podia bem estar a trabalhar e não o faz por natural anti-patriotismo. E de quem está no desemprego porque, como é natural, há tanto trabalho por aí e ninguém quer trabalhar.

Naturalmente, isto é tudo natural.

publicado por Helder Robalo às 13:16

13
Jul 11

É mais um caso a juntar ao rol. Os conselhos são os mesmos do costume, mas a solidariedade entre camaradas de profissão e órgãos de comunicação social tarda em surgir.

 

A direcção do Sindicato dos Jornalistas volta a alertar para o caso:

 

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) pediu hoje [dia 13 de Julho] ao Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para averiguar o atentado à liberdade de informação ocorrido ontem no Casino da Figueira da Foz, onde vários órgãos de informação foram impedidos de aceder à sessão do ciclo “Conversas do Casino” com o presidente do Futebol Clube do Porto.
Em comunicado divulgado esta quarta-feira, 13, o SJ repudia a "discriminação, a todos os títulos ilegítima" que se registou, e pede o a punição dos responsáveis. (Ler mais em: http://www.jornalistas.eu/noticia.asp?id=8716&idselect=3&idCanal=3&p=0)

publicado por Helder Robalo às 20:04
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11
Jul 11

Incomoda-me um pouco ler os comentários às notícias em linha nos inúmeros sítios de órgãos de comunicação social.

Para muita gente, aparentemente, uma opinião só é válida se imposta à custa de insultos, agressões verbais e lançamento de suspeitas sobre tudo e sobre todos. Esta facilidade de insultos transportou-se, também, para as redes sociais. Basta abrir os comentários sobre um texto mais "duro" para alguém e logo aparece o rol de insultos.

Costuma dizer-se que o 25 de Abril foi óptimo porque permitiu a todos dizerem o que pensam. O problema é que abriu também a porta à má-educação e consagrou, quase constitucionalmente, o direito ao disparate.

Será este o reflexo de toda uma sociedade? E até quando vai durar? Até ao dia em que alguém se senta em tribunal pelos insultos proferidos e suspeições levantadas em espaços públicos?

publicado por Helder Robalo às 10:29
Averbamentos: ,

08
Jul 11
«Um Estado democrático não pode prescindir de serviços públicos de rádio, televisão e agência noticiosa, fundamentais para promover os valores identitários do bem comum – esta, em síntese, a conclusão da Conferência organizada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ) em defesa dos serviços públicos de comunicação social.
O debate, moderado pelo Presidente do SJ, Alfredo Maia, teve como oradores principais Estrela Serrano; Adelino Gomes; António Louçã; e Fernando Cascais. Os deputados Miguel Laranjeiro (PS), Bruno Dias (PCP) e Catarina Martins (BE) aceitaram o convite do JS para participar com um comentário às intervenções iniciais dos oradores. O deputado Raul de Almeida, do CDS/PP, não compareceu por “razões de agenda”, e o grupo parlamentar do PSD não indicou ninguém».
publicado por Helder Robalo às 11:31
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