Bento XVI deixou Portugal com renovada imagem entre os cristãos portugueses, pelo menos. É simples de perceber isso se ouvirmos a voz do povo nas televisões ou lermos as páginas dos jornais. Joseph Ratzinger, como alguém escrevia há dias, é cada vez menos Ratzinger e mais Bento XVI para os portugueses.
A mudança parece ter começado desde logo com o discurso de Bento XVI ainda a bordo do avião, perante os jornalistas, quando, pela primeira vez, assume que o problema da pedofilia de padres católicos está dentro da Igreja e não é o resultado de uma perseguição movida por entidades estranhas à mesma.
Depois disso, Bento XVI apareceu com outra imagem, sorridente, afável, com ar simpático. Bento XVI, um Papa um pouco à imagem do rigor germânico, quebrou mesmo o protocolo, várias vezes, para tocar o povo, para interagir directamente com ele. E os portugueses renderam-se.
Dificilmente o actual Papa conseguirá ter dos portugueses o mesmo carinho que tinha Karol Wojtyła. Mas a verdade é que depois destes quatro dias em Portugal, a imagem que os portugueses tinham dele começou a mudar e muito.